20 de julho de 2010

à proibição de circular com motocicletas em algumas vias em São Paulo é assunto polêmico


Um assunto polêmico é a proibição da circulação de motocicletas em algumas vias da capital paulista, desta vez um trecho da avenida 23 de Maio receberá a proibição de circulação de motocicletas. A justificativa segundo a Secretaria Municipal dos Transportes (SMT) é a de aumentar a segurança dos motociclistas, com sérios índices de acidentes em algumas vias rápidas na capital.
Uma pesquisa feita pela Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) divulgada nesta terça-feira (19) mostra que acidentes de trânsito são a principal causa de paraplegia e tetraplegia entre os pacientes atendidos pela instituição na capital paulista Nos casos de acidentes, a maioria sofreu lesões medulares quando se envolveu em quedas de motos.

O levantamento foi feito com 195 adultos e crianças atendidos com lesão medular no ano passado na unidade da AACD no Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo. Deste total, 55 sofreram acidentes de trânsito, 52 foram feridos por armas de fogo, 27 tiveram quedas, oito acidentes de mergulho, um teve ferimento por arma branca e oito sofreram a lesão por outros motivos. Além disso, 44 pacientes tiveram causas não traumáticas da lesão, como tumores e infecções.
Era quinta feira bem cedo quando os primeiros começaram a chegar para o protesto dos motoboys contra a proibição do uso das marginais e do garupa. O sol já maltratava às sete da manhã e tava piorando. Em pouco tempo eles já eram mais de cem. A idéia era que pequenos grupos se formassem nos bairros e seguissem em comboio até o viaduto do chá, em frente a sede da prefeitura, pra tentar falar com o prefeito e entregar a ele um envelope com várias reivindicações. Acostumados a entregar envelopes dos outros, desta vez eram eles mesmos os remetentes.
Haviam quatro grupos oficiais, todos com escolta policial, carro de som e gente organizando. Mas haviam também grupos paralelos, que vieram parando avenidas importantes e desafiando a policia, como esse que fotografei.
Logo de cara eles fecharam a Radial Leste. Ainda não havia policia por perto. Buzinavam fino o tempo todo e soltavam pipocos no escapamento das motos. O rush da manhã se tornava pesadelo para quem estava naquela fila de carros.
Em poucos minutos chegou a primeira viatura. Saíram dois policiais, um homem e uma mulher. Assustados pediram reforço e voltaram para o carro. Ligaram a sirene pra tentar espalhar os motoqueiros mas não adiantou.
A provocação durou pouco e os motoqueiros partiram. Levavam o capacete na mão e placas cobertas por pedaços de papel. Parecia o filme Mad Max. O barulho das motos, as buzinas e e os gritos eram um espetáculo de musica urbana. Uma verdadeira orquestra Sinfônica Paulistana tocando sua mais recente obra, talvez sua obra prima, enquanto seguiam em comboio sobre o asfalto.
Fecharam também a ligação Leste-Oeste por cinco minutos e a 23 de Maio por dois. Foi ai que apareceu a ROCAM, grupo especial da policia que também usa moto, e botou todo mundo pra correr dali.
Seguiram comportados até a prefeitura e o resto do protesto foi pacífico e tranqüilo, apesar da aparência apocalíptica.
Os motoboys são uma categoria unida. Quando um cai todos param para socorrer e quando um briga todos param pra brigar. Essa união não existe a toa. Sem capacete, são todos muito parecidos. São jovens, nasceram na periferia, estudaram em escola pública mas abandonaram cedo, por total falta de opção compraram uma moto a prestação e se jogaram no trânsito louco de São Paulo em que dois deles não voltam pra casa vivos a cada dia.
Cerca de dois mil motoboys chegaram juntos à porta da prefeitura e chamaram o prefeito Gilberto Kassab para conversar.
Alguns traziam carnês do IPVA nas mãos e no carro de som, o “Rap do Motoboy” era cantado ao vivo pelo Carlinhos, do grupo CR13MC’s enquanto esperavam o prefeito. Nas janelas dos escritóriospescoços se esticavam pra ver que caos era aquele. Já era quase meio-dia e o calor chegou a seu ápice.
O prefeito evidentemente não recebeu os motoqueiros e mandou assessores irem buscar o envelope. Uma desculpa esfarrapada e duas promessas falsas foram suficientes para os motoboys partirem. Eles prometeram voltar caso não sejam cumpridas as promessas que certamente não serão.

3 comentários:

Ana Cavalcantti disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana Cavalcantti disse...

Oi !
Olha eu acho que os motoboys são folgadinhos , aliás, muito folgadinhos, parece que acham que são invencíveis e imortais affff.
Bom eu já não ando de moto porque tenho terror, pra atravessar uma rua tomos todos os cuidados do mundo com motoqueiros.
Sejá la o que eu for feito para um pouco mais de segurança tanto para os motorista de carros, de motos ou dos pedestres tá valendo , mesmo que cause algum transtorno!
Que prevaleça nossa segurança !!!!

Paulo Roberto Brandão disse...

HÁ MUITO TEMPO VENHO ME PREOCUPANDO COM UMA SITUAÇÃO QUE SE AGRAVA CADA VEZ MAIS NA CIDADE DE SÃO PAULO. TRATA-SE DA QUESTÃO DOS MOTOBOYS OU MOTOQUEIROS, COMO QUEIRAM CHAMÁ-LOS. O QUE OCORRE , É QUE SE TRAVA NA CIDADE UMA GUERRA SURDA ENTRE MOTOCICILSTAS (DENOMINAÇÃO QUE PREFIRO) E MOTORISTAS. SURDA E CEGA , PORQUE TANTO MOTORISTAS, MOTOCICLISTAS E AUTORIDADES, PARECEM NÃO QUERER OUVIR FALAR DO ASSUNTO NEM VER O QUE ESTÁ ACONTECENDO.
A ORIENTAÇÃO, SIM , DEVERIA SER NO SENTIDO DE QUE OS MOTOCICLISTAS RESPEITASSEM A VELOCIDADE PERMITIDA, TIVESSEM CONSCIÊNCIA DE QUE OS CARROS TEM DIFICULDADE PARA VÊ-LOS, TIVESSEM CONSCIÊNCIA DA IMPORTÂNCIA DO EQUIPAMENTO E DO ESTADO DA MOTO, ENFIM , UMA SÉRIE DE OUTRAS ORIENTAÇÕES ÚTEIS E EFICAZES.
AINDA FALANDO DO MOTOCICLISTA, ELES SÃO CLASSIFICADOS EM GERAL COMO DELINQUENTES OU MARGINAIS PELA COMUNIDADE. SÃO TODOS COLOCADOS NA MESMA VALA COMUM. SEM DÚVIDA, A RESPONSABILIDADE POR ISSO É DE ALGUNS MOTOCICLISTAS QUE REALMENTE AGEM COMO MARGINAIS E DELINQUENTES, QUEBRANDO RETROVISORES, CHUTANDO PORTAS, E OFENDENDO GRATUÍTAMENTE MOTORISTAS. ESSES MOTOCICLISTAS ACHAM QUE OS CARROS SÃO OBRIGADOS A VÊ-LOS E A ABRIR-LHES A PASSAGEM INSTANTÂNEAMENTE. SE NÃO FIZEREM ISSO, SERÃO AGREDIDOS. ÊSSE MOTOCICLISTAS INCONSCIENTES E INCONSEQUENTES, QUE SÃO RESPONSÁVEIS PELA PÉSSIMA IMAGEM DA CATEGORIA, PROVAVELMENTE NUNCA DIRIGIRAM UM CARRO EM SÃO PAULO, E , PORTANTO, NÃO SABEM COMO É DIFÍCIL VER UMA MOTO QUE SE APROXIMA A VELOCIDADES MUITO SUPERIORES À DOS CARROS E PELO CORREDOR DO MEIO. PARA QUEM ESTÁ NO VOLANTE, ELAS SIMPLESMENTE SURGEM DO NADA. ORA, NÃO PODEM ESSES MOTOCICLISTAS AGIR DE FORMA TÃO PRIMÁRIA.