12 de outubro de 2010

São Paulo minha nossa que Cidade....







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SÃO PAULO EU TE AMO MUITO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
São Paulo é "minha" sim. É a cidade onde , cresci, vivi e ainda vivo. Amo-a de paixão. Impossível identificá-la com simples palavras. É brutal. É cosmopolita, é caleidoscópica, é espantosa, é dinâmica, é estranha, é vibrante, é violenta, é improvisadora, é contraditória, é ousada. Todas estas e muitas mais a identificam.

Alguém disse que São Paulo tem o charme de Paris, a cultura de Londres, a mistura de Nova York, o tamanho de Tóquio. Pode até ser, mas São Paulo é São Paulo, com sua própria identidade que é a soma de tudo isso: é grande, charmosa, culta, "multitudo".

Amo São Paulo pelos contrastes entre o belo e o feio, o bom e o ruim, o antigo e o moderno. De um lado, a segunda maior frota de helicópteros do mundo - depois de Tóquio, representando as elites. Do outro, entre 150 mil e 350 mil motoboys, que driblam o trânsito paralisado e fazem a cidade funcionar, representando a luta pela sobrevivência de uma minoria excluída.

Amo a São Paulo dos extremos. Enquanto há regiões em que o preço de um apartamento é de sete milhões, no Edifício São Vito, por exemplo, conhecido como uma favela vertical, o apartamento custa seis mil.

Amo seu visual caótico, com prédios de todos os tipos, tamanhos e cores; o vermelho, verde e amarelo dos sinaleiros nas esquinas; suas mil faces, brancas, amarelas, negras, mais ou menos "torradas"; seus veículos coloridos e roupas ainda mais.

Amo a mistura de sons de São Paulo: buzinas, carros barulhentos, sirenes, tá tá tá dos helicópteros, cantores anônimos mandando suas mensagens nas praças, pregadores das mais diversas religiões e crenças, vozerio confuso, palavras de ordem nas greves, pregões de ambulantes... Que dão vida à cidade.

Amo os cheiros de São Paulo: cheiros de gasolina, de álcool de escapamentos, de comidas em cada canto, de pastéis de feira, de perfumes baratos, desodorantes, cheiro de gente; cheiro das frutas do mercado misturando odores de cajus, maracujás, goiabas e resultando um cheiro único e especial; cheiro de pão fresco nas madrugadas, cheiro de café em cada esquina.

Amo as coisas estranhas da cidade. É a terra do café, mas seu principal viaduto é o Viaduto do Chá. Tem uma rua chamada Direita que não é tão direita assim. Tem uma Rua Formosa que é muito, muito feia. Tem uma Rua das Palmeiras que não tem sequer uma árvore, muito menos palmeiras.

Amo os sotaques de São Paulo, que tem uma língua própria, amálgama gerado no caldeirão de raças que aqui chegaram: o portunhol, o português macarrônico tão bem representado pro Juó Bananere, o nordestino dos recém migrantes.

Amo a sofisticação da cidade, que tem uma Avenida Berrini que concentra dinheiro e modernidade, uma Daslu que concentra o luxo, uma Paulista que é o cartão e visitas da cidade.

Amo a São Paulo multicultural e multirracial e sua aceitação incondicional e sem preconceito dos que chegam a ela.

Enfim, amo tudo de São Paulo. E por amor aceito suas qualidades e seus defeitos, suas vantagens e desvantagens. Quero escrever sobre ela, passar minhas emoções, compartilhar com outros que lhe dedique idêntico amor.

Mas, escrever sobre São Paulo é uma temeridade. É um teste de múltiplas escolhas. Do que escrever? Escrever sobre a São Paulo dos nossos sonhos? Sobre a cidade surpresa? Sobre a saudade de uma São Paulo de dantes? Sobre os sons, os sabores, a sofisticação, os sotaques da cidade?

Para quem escrever? Para aqueles que também amam São Paulo porque "Só quem ama é capaz de ouvir e entender estrelas", como disse o nosso Olavo Bilac.

Como escrever? Com emoção, expressando sentimentos que "pegam" no dia-a-dia? Com objetividade, apenas narrando? Com orgulho de seu gigantismo, seu progresso? Com saudades, mas não saudosismo?

Não sei. Vou deixar, não "Ao Correr da Pena", como dizia José de Alencar ao escrever suas crônicas no século XIX, mas "Ao Correr do Teclado", neste século XXI. Vamos ver o que acontece.