27 de dezembro de 2011

SP tem aumento de latrocínios e queda de mortes no 1º semestre


O número de homicídios na cidade de São Paulo caiu 29% no primeiro semestre em comparação com o mesmo período do ano passado, mas o número de vítimas de latrocínio (roubo seguidos de morte) aumentou 15%.

Homicídios têm queda de 12% em SP no 1º semestre
Capital puxa queda de homicídios nos últimos 15 anos

Foram registrados 190 assassinatos intencionais a menos na capital paulista: 660 no primeiro semestre de 2010 contra 470 neste ano. No mesmo período, porém, foi registrado aumento de 6 mortes em assaltos: as vítimas de latrocínio passaram de 41 para 47.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública informou que "essa modalidade criminal recebe atenção especial das polícias paulistas, com o reforço do policiamento e o mapeamento das ocorrências".

As estatísticas da violência foram divulgadas nesta segunda-feira pela secretaria. Pelos dados, a capital lidera a redução de homicídios intencionais no Estado, onde a queda geral foi de 12%.

Nas outras regiões, a diminuição nas mortes foi mais branda. Nos 38 municípios do Demacro (departamento da Grande SP), a queda foi de 8,5%. Foram 553 homicídios no primeiro semestre de 2010 contra 506 até o final do mês passado.

No interior e litoral, a redução foi menor ainda: 3,8%. Foram 1.065 mortes em 2010 contra 1.106 neste ano.

VIOLÊNCIA

Além do latrocínio, outros crimes cresceram neste ano na comparação com o ano passado. Os furtos de homicídio tiveram alta de 23% na cidade. No primeiro semestre de 2010 foram 80 mil casos, contra 98 mil nos seis primeiros meses de 2011.

Os casos de lesão corporal, como as agressões, também cresceram na capital paulista. Entre janeiro e junho de 2010, foram registrados 17,9 mil ocorrências dessa natureza contra 19,7 mil casos no mesmo período deste ano. A alta foi de 10%.

Outros crimes com tendência de crescimento foram tráfico de drogas, homicídio culposo (sem intenção), roubo e furto de veículos.

A divulgação mensal das estatísticas da violência começou em abril deste ano, após a Folha revelar que o então responsável pelas informações, o sociólogo Túlio Kahn, impedia sua divulgação alegando sigilo, mas negociava os mesmos dados com empresas e entidades privadas.

Dados sobre violência no semestre, por bairro de São Paulo:
Homicídio doloso Latrocínio Estupro Roubo - outros (1) Roubo de veículo Furto - outros Furto de veículo



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8 de dezembro de 2011

O ex-jogador de futebol Janken Ferraz Evangelista, de 30 anos, foi condenado na noite desta quarta-feira (7) a 22 anos de prisão pela morte da ex-mulher

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ex-jogador de futebol Janken Ferraz Evangelista, de 30 anos, foi condenado na noite desta quarta-feira (7) a 22 anos de prisão pela morte da ex-mulher, Ana Cláudia Melo da Silva, de 18 anos, ocorrida em março de 2009. O julgamento aconteceu no Fórum Criminal da Barra Funda, na Zona Oeste de São Paulo. O juiz Marcelo Augusto Oliveira leu a sentença por volta das 19h50.
Ele foi condenado a 21 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima) e a um ano de detenção por furto - o ex-jogador pegou o telefone celular da vítima durante a fuga. Os jurados o consideraram inocente do crime de subtração de incapaz, pedido pelo Ministério Público porque ele fugiu com o filho que teve com a ex-mulher após o assassinato.
Segundo a mãe de criação da vítima, Ana Lúcia Melo, a sensação após o júri é de alívio. “A Justiça foi feita. Minha vida antes estava parada. Agora posso retomar e cuidar tranquilamente do meu neto”, disse.
De acordo com o promotor Marcelo Rover, a condenação já era esperada por causa da “barbaridade e da crueldade do crime”. Já o advogado de defesa Mauro Nacif disse que foi vencido, “mas não convencido”. “Acho que o júri errou. Ele agiu em legítima defesa. Não atacou. Quem atacou foi ela [Ana Cláudia].” Ele afirmou que apelou, pois considera a pena muito alta.
O julgamento de Evangelista começou na segunda-feira (5). Durante o interrogatório, ele afirmou que a relação que tinha com a vítima era conturbada. Segundo o ex-jogador, que atuou nos times de base do São Paulo e do Corinthians e no time profissional do Mogi Mirim, desde o início do namoro a jovem perdia a calma facilmente e em algumas ocasiões chegou a agredi-lo verbal e fisicamente. “Para ela ficar tranqüila, eu tinha que fazer todas as vontades dela”, disse.
Questionado pelo juiz sobre o que ocorreu no dia em que a ex-mulher morreu, o ex-jogador contou que a briga começou quando ele a questionou sobre uma mensagem em seu celular. Naquele dia, Janken, a vítima, o filho do casal, então com um pouco mais de 1 ano e 6 meses, e uma amiga haviam ido a um jogo entre Santos e Corinthians no Estádio do Pacaembu, na Zona Oeste da cidade.
Depois da partida, o casal e a criança seguiram ao apartamento onde Ana Cláudia morava, na Zona Sul. Após colocar o filho para dormir, Janken disse que ouviu a ex-mulher reclamar com alguém pelo celular sobre o fato de o ex-marido ter ido com o filho ao jogo. Irritado, ele tomou o telefone e leu uma mensagem de um jogador de futebol na qual marcava um encontro íntimo. “Quando eu disse que ia ler essa mensagem para o irmão dela e mostrar quem ela realmente era, ela se descontrolou.”
Segundo Janken, Ana Cláudia avançou em sua direção com uma faca. Os dois caíram e, depois de lutar, ele a esfaqueou 14 vezes.
Prisão
Janken foi preso três dias depois do crime pela polícia da Bahia, em uma estrada de acesso a Minas Gerais. Ele estava escondido em Belo Horizonte e se entregou depois de negociação entre a polícia e a mãe dele. Logo após a prisão, o acusado disse que a morte da ex-companheira havia sido um acidente. “Não era para ter acontecido. Era a mãe do meu filho. Foi um acidente que aconteceu, não tem nada a ver”, declarou em 2009.
Imagens do circuito interno do prédio mostraram a jovem, o filho e o ex-marido após a volta do jogo. Quarenta minutos depois, mais um registro. O suspeito apareceu abotoando a camisa que havia acabado de trocar. E, dessa vez, está só com o filho, sem Ana Cláudia. Um vizinho, que ouviu uma discussão entre o casal, chamou o porteiro, que entrou no apartamento e encontrou a jovem morta.