As raízes da corrupção
quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 , Posted by JORNALISMO ANTENADO at 22:14
A Revista Veja ouviu cientistas políticos, filósofos, advogados e historiadores sobre "As raízes da corrupção". Levantamentos de entidades internacionais colocam o Brasil no patamar dos países com altos índices de corrupção.
1) A Impunidade é considerada a causa número um do problema.
2) Morosidade da Justiça
Investigados com nível superior, poder e dinehiro, como os políticos corruptos, conseguem contratar bons advogados que usam as brechas da lei para retardar os inquéritos. A possibilidade de chicanas é tamanha que muitas vezes o crime prescreve antes de chegar à condenação.
3) Distribuição Política de Cargos
Em regra, o chefe do Executivo loteia o governo entre os partidos para garantir maioria no Legislativo.Esses partidos usam os crgos públicos para finaciar suas campanhas, aumentar seu poder político e, principalmente, para enriquecer. Daí para os escândalos é um pulo.
4) Conivência da Sociedade
Políticos envolvidos em escândalos continuam em atividade. Lula, apesar dos escândalos, tem uma popularidade recorde. a explicação é simples: em um país com tantas carências, o eleitorado até se preocupa com a ética, mas tem uma série de preocupações mais urgentes na hora de definir seu voto.
5) Excesso de Burocracia
Os processos de compra e contratação do estado são lentos, cheios de instâncias intermediárias e com uso limitado de meios eletrônicos. Assim, funcionários públicos e políticos têm um campo farto para criar dificuldades e vender facilidades. situação ideal para a ação de quadrilhas ligadas a polítcos.
6) Caixa Dois nas Campanhas
Os escândalos recentes de corrupção tiveram parte do butim destinado ao financiamento irregular de campanhas, que são caras e mal fiscalizadas. Nos últimos anos, os poíticos passaram a usar o caixa dois com justificativa para qualquer flagrante de corrupção, em uma tentativa de reduzir a punição.
7) Ausência de Políticas Anticorrupção
Os políticos priorizam o combate à corrupção nos discursos de campanha, mas deixam o tema de lado qaundo chegam ao poder. Ou pior: passam a atacar os responsáveis pela fiscalização. Caso de Lula, que abriu uma guerra contra o Tribunal de contas da União e já ameaçou amordaçar o Ministério Público.
8) Falta de Informação
O eleitor médio brasileiro tem pouco acesso á informação de qualidade, não se interessa por política e decide o candidato, principalmente ao Legislativo, apenas às vesperas da eleição, priorizando aqueles que lhe prestam algum favor. As campanhas na TV são fracas e pouco informativas.
9) Tolerância Política
Os partidos permitem - e até incentivam - que políticos enrrolados tenham legenda para disputar eleições. Isso porque na maioria das vezes esses políticos ajudam a financiar os partidos. O congresso e o Judiciário tampouco tomam medidas para proibir a candidatura dos políticos de ficha suja.
10) Falta de Renovação
Os partidos são comandados pelos mesmos grupos há mais de uma década, cuidando dos cargos com se fossem patrimônio pessoal e dificultando o surgimento de novas lideranças. O excesso de escãndalo provoca o descrédito da atividade política, afugentando pessoas de bem da vida pública.
Fonte: Revista Veja edição 2142 ano 42 de 9 de dezembro de 2009
A corrupção é uma das pragas que assola este país e, por isso mesmo, uma das causas primeiras da violência em seus mais variados graus, escalas e matizes em nossa sociedade. O ser humano é o mais inteligente e corruptível dos animais. Ao menos sinal de poder, passa a usá-lo em benéficio próprio ao invés de pensar no bem comum. No próximo ano teremos novamente eleição e seria bom que o população se conscientizasse que as promessas serão feitas, como das outras vezes, que os políticos envolvidos em mensalões, mensalinhos e falcatruas afins, em sua maioria estarão concorrendo aos cargos públicos e está nas mãos do povo vetá-los para que não retornem ao governo. A falta de memória do povo brasileiro acaba colaborando para a manutenção desse círculo vicioso de corrupção .
O analista judiciário do TRT, Helio Estellita, disse em artigo à Revista Jus Vigilantibus: "Em todo lugar se houve dizer que o brasileiro tem memória curta, principalmente, quando se faz referência a crimes cometidos por pessoas que ocupam cargos eletivos.Ou seja, prega-se que a continuidade do acusado no comando do poder estatal seria indicativo de memória fraca.Mas, será isso mesmo que ocorre, quando o eleito ganhou o certame com base em propaganda enganosa ou quando, depois de eleito, não cumpre o prometido e, ainda assim, sai ileso? Ou será que o povo anda sendo enganado, através de instrumentos institucionais falidos ou da falta de implantação desses instrumentos?Será que a nomeação de pessoas para ocuparem cargos do Poder Judiciário, por exemplo, mediante indicação do Presidente da República, após aprovação pelo Senado Federal, não criaria uma aproximação entre os Poderes Constituídos, com aptidão para fazer alguns tentarem tapar o sol com a peneira, deixando inconstituciolalidades permanecerem vigentes ?"
Hélio nos deixa portanto algumas reflexões, que para mim, complementam a matéria da Revista Veja (09/11), sejam aproveitando-se da memória fraca da sociedade ou da certeza da impunidade, a grande maioria dos políticos continuarão envolvendo-se em desvios de verba, licitações fantasmas e outras falcatruas.
Márcia Canêdo
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